Amante Eterno - J.R.Ward - resenha

     Uma guerra sangrenta entre duas espécies acontece nas ruas de Caldwell, NY. Guerreiros vampiros, valentes, fortes, bravos, vestidos de couro, desbocados, cheios de apetite... lutando para proteger sua raça da aniquilação por parte dos Lessers, caçadores sem alma, que existem com o único propósito de caçar vampiros.

     Neste segundo livro o vampiro guerreiro Rhage, apelidado pelos membros da irmandade de Hollywood, por ser absurdamente lindo, se vê em um momento de desespero. Amaldiçoado pela Virgem Escriba a carregar uma “besta” em seu corpo, ele vive cada dia com o esforço de se controlar para não ferir seus irmãos. 


     “Rhage desgostou muito a Virgem Escriba, assim ela o amaldiçoou. Deu-lhe duzentos anos de inferno. Em qualquer momento que ele esteja muito aborrecido, ele se transforma rapidamente. A dor pode transformá-lo. A cólera. A frustração física, ....”

     Rhage sentia-se frustrado e em sofrimento eterno, tentando se controlar...

     “... a verdade era que ninguém estava a salvo quando estava por perto. E isso era o que realmente o matava, ainda mais que as coisas físicas pelas quais tinha que passar quando a maldição se manifestava. Vivia com medo de ferir algum de seus irmãos.”

     Existiam duas maneiras de controlar ou acalmar a fera: sexo ou caçar e matar lessers. E os dois eram a especialidade de Rhage. Porém ao longo de 100 anos, já vividos de maldição, Rhage mostra sinais de cansaço, esgotamento... nada mais lhe parece interessante e vive para controlar os impulsos da fera que habita suas costas na forma de uma tatuagem de dragão.

     “... Depois de somente alguns anos de maldição, tinha deixado de esperar qualquer alívio verdadeiro e simplesmente tinha tentado sobreviver sem ferir ninguém...”


     Até o momento que encontra pelos corredores da mansão, QG fortemente preparado da Irmandade, uma moça, de aparência comum que o atrai de maneira absurda. Ao se aproximar dela, o guerreiro loiro sente uma paz, uma calma que não sentia desde antes da maldição.

     “O efeito que ela teve sobre ele era como uma droga, uma combinação tentadora de necessidade sexual e desafogo profundo. Como se estivesse tendo um orgasmo e caísse em um sono tranqüilo ao mesmo tempo. “

     Essa moça, pálida, de aparência comum, e roupas pouco atraentes é Mary Lucy, uma humana. Não.. não é uma pre-trans perto da transição, ela é humana mesmo. Encontra-se em período de reabilitação, após passar por um intenso tratamento para leucemia e aguarda notícias sobre o possível retorno de sua doença. Uma mulher doce, que está sempre disposta a ajudar, mesmo sendo tão sofrida. Chega ao complexo da Irmandade ajudando John Matthew e sua vizinha Bella, uma vampira, servindo como “interprete” de John, (prestem atenção a estes personagens, Bella e John, pois eles serão muitos importantes ao longo da série).

     John é mudo, apesar de ouvir e Mary fala a língua de sinais. Bella, que é vizinha e amiga de Mary, repara em John e percebe que ele é um vampiro em período pré-trans (antes da transformação) e sente que deve alertar aos irmãos sobre sua existência. Mesmo não tendo nada a ver com o assunto e desconhecendo a existência da raça, Mary vai para ajudar.

     E é lá que ela e Rhage tem seu primeiro contato.

     “Um homem loiro, alto e musculoso, vestido com uma camisa preta e calças de couro cambaleava ao redor de uma esquina. ... mas… bom Deus, ele era belo. De fato, seu rosto era tão deslumbrante que teve que piscar algumas vezes.”
O interesse de Rhage por Mary é intenso, porém Tohr é contra, o que faz com que Hollywood, pense em se afastar. Mas depois de um ataque de lessers e uma bolsa com documentos perdida, que coloca a moça em perigo, Rhage compra a briga e leva-a até a mansão da Irmandade, com o objetivo de protegê-la.

     Rhage está balançado por Mary, sente-se envolvido, vinculado e totalmente sem controle.

    
“Tinha ouvido os homens dizerem que podia ser assim. Rápido. Intenso. Sem lógica. Só poderosos instintos primitivos consumindo-os, um dos mais fortes era o desejo de possuí-la e marcá-la no processo para que outros homens soubessem que já tinha um companheiro. E queria que ficassem decididamente longe dela.

     Olhou o corpo dela. E compreendeu que mataria a qualquer membro de seu sexo que tentasse tocá-la, estar com ela ou amá-la.”

     Nesta série, o vínculo entre os vampiros machos e suas fêmeas é algo muito forte, extremamente sedutor. Os machos perdem o controle quando estão vinculados, um instinto animal os domina, para protegê-las de todo e qualquer perigo e para tomá-las e marca-las como suas. Eles, “hellrens”, emanam um cheiro que é característico de cada macho, e assim marcam sua fêmea, este odor afasta qualquer outro. Os machos carregam nas costas o nome de suas fêmeas em forma de tatuagem, na antiga língua, cortada na carne, pelos outros irmãos, em um ritual que demonstra sua devoção e amor por suas “shellans”.

     Como no primeiro livro, podemos nos divertir com alguns diálogos engraçados, que parecem ser uma característica incorporada aos personagens, que nesta série parecem mesmo ter vida própria!

     “- Sou honesto, não encantador. Pergunte a meus irmãos. Constantemente meto os pés pelas mãos. Havia mais como ele? Rapaz, devia ser um inferno o cartão de Natal da família.”

     Além da guerra entre lessers e vampiros, que agita os irmãos e põe em perigo toda a raça, Rhage tem que enfrentar o problema de relacionar-se com uma humana, já que os vampiros vivem cerca de 1000 anos. No caso de Mary fica ainda mais difícil, pois a moça encontra-se muito doente. Se já não bastassem todos estes problemas se interpondo entre o casal, Rhage ainda precisa disputá-la com a besta que parece desejá-la para si.

     As cenas da doença de Mary a as dificuldades que se colocam na relação dos dois nos emociona, arrancando algumas lágrimas de tristeza e também de frustração. Porém o final da história surpreende, já que a determinado momento não parece existir uma saída possível para tantos problemas.

     Alguns casais despontam e nos deixam ansiosos pelas próximas histórias.

     Neste livro Bela a vampira amiga de Mary, encontra os gêmeos Zsadist e Phury e mexe com o corpo e o coração de ambos. Um destruído por traumas, um bruto, sem coração. Outro celibatário que dedicou sua existência a resgatar e manter seu irmão, vivo e de alguma maneira “são”.

     Também podemos ver o interesse de Butch por Marissa crescer, apesar de pensar que está sendo rechaçado.

     O tira, já faz parte do grupo, mesmo sendo apenas um humano. Dá-se bem com todos, mas fica muito próximo de Vishous. Por ser ex-policial, sua experiência em investigação, sua astúcia e a mobilidade de sair durante o dia, são muito úteis aos vampiros. O livro é sedutor, envolvente, surpreendente, criativo, emocionante, como todos os livros da Série.

Por Layla Raas

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